terça-feira, 1 de setembro de 2009

HOJE REMEXENDO NO LIVRO DE CÂMARA CASCUDO, CONTOS TRADICIONAIS DO BRASIL, DEPAREI COM A HISTÓRIA DA PRINCESA JIA, E LEMBREI DE UMA HISTÓRIA QUE MEU PAI SEMPRE GOSTAVA DE CONTAR... CHAMAVA-SE "OS 3 IRMÃOS E A JIA" COM CERTEZA UMA VERSÃO DELE DO CONTO TRADICIONAL. NOOSSAA!! ELA TRAZ UMA SAUDADEE GOSTOSAAaa... VOU CONTAR PRA VC...


Os 3 irmãos e a Jia
Havia um casal que tinha três filhos. Um dia o pai chamou os três e disse que eles precisavam ganhar a vida pelo mundo afora. Então eles seguiram por uma loonga estrada... Em certo ponto da estrada os irmãos perceberam que ela dividia-se em três caminhos. Cada um tomou a sua direção. Zé pela esquerda, Pedro pela do meio e João pela direita. Zé e Pedro chegaram a um palácio onde duas moças viviam e casaram-se com eles.
João, no entanto, andou, andou, andou até que chegou às margens de uma graande lagoa. Sentou-se numa pedra e ficou pensando como atravessaria aquela lagoa se não sabia nadar. Foi aí que apareceu uma grande jia, gorda e repelente, deslizando lentamente para perto de João e coaxou:
- COACH! Case comigo que lhe passo.
João pensou: O que direi ao meu pai se casar com uma enorme jia? Mas João não podia voltar de mãos vazias. Então aceitou o pedido da jia. Subiu em suas
costas e chegou até o outro lado da lagoa. Como era um homem de palavra, casou-se com a jia e os dois foram viver numa casa deteriorada e suja. A jia passava o dia inteiro embaixo dum pote sempre coaxando. Mas João nunca reclamava da vida. Nas vésperas da visita à casa do pai, a jia falou:
- Amanhã deverá visitar seus pais. Leve essa lembrança para sua mãe.
Deu um saquinho muito sujo, encardido, amarrado por um cordão. João chegando em casa, juntou-se aos seus pais e irmãos e conversaram até o entardecer. Jantaram satisfeitos, e depois que os irmãos entregaram lindos presentes que traziam, João entregou o saquinho que sua esposa mandara. Os irmãos riram muito, zombando do humilde presente. Quando sua mãe recebeu o presente, sacudiu-o para fazer cair o que havia dentro. Quase não acaba mais de cair moedas de ouro. Os velhos ficaram felizes e satisfeitos com o casamento de João.
João voltou pra casa e encontrou o banho pronto e depois a janta. E continuou sua mesma vida de sempre, conversando com a Jia, cada vez mais nojenta e amorosa. Um ano passou e a Jia lembrou que no dia seguinte devia estar o moço na casa dos pais, levando uma lembrança feita pela noiva.
Aconteceu como no ano anterior. A Jia mandou um vidrinho com uma água suja e fedorenta.A festa foi a mesma. Os irmãos trouxeram bordados lindos feitos pelas noivas. Quando foi a vez de João e ele entregou o vidrinho imundo, foi uma risadaria geral. Mas quando a velha senhora abriu o vidrinho e sacudiu a água, imediatamente saíram toalhas, camisas, lençóis, fronhas, todos os arranjos de casa, bordados tão delicados em seda e ouro.
Foram todos embora e João seguiu na vida velha no palácio feio ao lado da jia. Um ano depois, a jia avisou que na manhã seguinte seria o dia de João se apresentar com a noiva.
João ficou preocupado, mas mal amanheceu o dia, pegou seu cavalo e montou a Jia em sua garupa. Toda vez que andava um pouco ... SPLASH! a Jia caía do cavalo. Então tiveram a ideia dela ir montada num galo. O pobre João só imaginava a mangação de seus irmãos, mas não podia pagar o bem com o mal e abandonar a Jia.
João trouxe um galo e a Jia começou a lutar para montar-se no pescoço dele. Toda vez que conseguia subir, o galo dava uma bicada na coitada que despencava e ia bater na areia. Quando ia subir pela terceira vez, o galo deu-lhe
uma bicada e ouviu-se um estrondo, seguido de um claro azul tão forte, que cegava. João fechou os olhos assustados e quando os abriu, estava diante de uma linda princesa, sentada numa carruagem dourada. João não podia acreditar que aquilo fosse verdadeiro.
A princesa sorrindo disse:
- Eu fui a Jia que aceitaste como esposa e nunca fizeste pouco de seus presentes e feiúria. Estou desencantada e serei uma esposa amável e fiel.
João e a princesa foram por estrada afora, até sua casa, onde seus pais e irmãos o receberam com alegria. Na hora do almoço, quando todos estavam à mesa, a princesa pegou um pouco de arroz e jogou na sogra, de repente apareceu um broche de ouro! Depois fez um bolinho de macarrão e jogou novamente, no mesmo instante apareceram um par de brincos brilhantes, colares e outros enfeites. As outras noras com um pouco de inveja fizeram a mesma coisa, mas só conseguiram ouvir muitas gargalhadas e sujar a roupa da sogra, já impaciente. E assim a princesa ficou conhecida como mãos de fada, porque tudo que tocava transformava-se em ouro. Depois da festa, os dois voltaram para o palácio velho, agora novo e cheio de luzes. E continuam muito felizes até hoje.

Espero que tenham gostado !Beijoss!

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