quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Alfabetizar com arte: para além das letras e palavras.

O menino Paulo Freire, no século XX, aprendeu a ler com as cores, as imagens, os sons que compunham o seu mundo: 

Os “textos”, as “palavras”, as “letras” daquele contexto se 
encarnavam no canto dos pássaros – o do sanhaçu, o do 
olha-pro-caminho-que-vem, o do bem-te-vi, o do sabiá; na dança das copas das 
árvores sopradas por fortes ventanias que anunciavam tempestades, 
trovões, relâmpagos; as águas da chuva brincando de geografia: 
inventando lagos, ilhas, rios, riachos. Os “textos”, as “palavras”, as 
“letras” daquele contexto se encarnavam também no assovio do 
vento, nas nuvens do céu, nas suas cores, nos seus movimentos; na 
cor das folhagens, na forma das folhas, no cheiro das flores – das 
rosas, dos jasmins – no corpo das árvores, na casca dos frutos 
(FREIRE, 1983, p. 13). 

Textos... palavras... letras... os exemplos de vida citados acima nos levam a pensar não apenas no sentido de leitura que se restringe ao material escrito, mas em uma leitura que vai além das letras e se amplia para a vida, num movimento que, nas palavras de Paulo Freire, se estende do mundo à palavra e da palavra ao mundo. 







Aprender também é divertidoO.
Beijos coloridos.
= D